Água foi pintado por Giuseppe Arcimboldo na data de 1566, no final da Renascença em estilo Maneirismo, sobre o gênero de pinturas alegóricas, na técnica de óleo sobra canvas e faz parte da série Os  Elementos. Dimensões: 67 x 52 cm.
Encontra-se no Museu de História da Arte em Viena.

O Maneirismo se refere a arte produzida a partir de 1520 até 1610, tendo seu início na Itália e se difundindo pela Europa, colônias Americanas e Oriente. Esse movimento artístico inaugura uma ruptura com os cânones do classicismo e se manifesta principalmente na pintura, arquitetura e escultura.

No início do século XVI Roma se tornou o centro da produção artística e cultural, em função do poder da Igreja Católica e por ela ter se tornado o maior mecenas nesse período na Itália.

Mas em função de conflitos internos e externos, além do saque de Roma, em 1527, muitos artistas saíram da Itália e passaram a difundir ainda mais os valores do classicismo em outros países, que apesar de ainda estarem muito ligados as expressões do Gótico, já estavam se iniciando nos princípios artísticos do Renascimento.
Esse movimentos dá início a primeira fase desta escola e se denominou Maneirismo Internacional.
Com a Reforma Protestante e em seguida a Contrarreforma, mudanças profundas na economia, com uma industrialização que buscava somente os altos lucros dos capitalistas, gerando a falência e a opressão das classes mais baixas. Na política e na cultura, com um certo descrédito na filosofia humanista que não evitava guerras, fome e miséria do povo e na religião, ficando mais claro vaidade do clero, aprofundam o surgimento de um estilo mais erudito e sofisticado que refletia a preocupação com a qualidade da vida cotidiana, onde as emoções fortes e as angústias das incertezas do momento vivido se tornam mais importante que a busca pelo belo e pelas proporções.

O maneirismo passou a ter como expressão um excesso de curvas, corpos retorcidos em posições impossíveis ou alongados, expressões faciais angustiadas, lugares inexistentes, cores fortes com muito contraste entre luz e sombra, iluminação no foco da imagem criando sombras impossíveis, imagens tensionadas ou ambíguas, e excesso de detalhes. Além de grande mudança na perspectiva que deixava de ser  linear e lógica para planos paralelos, pequenos e tensionados.
O Maneirismo foi uma arte palaciana 
com forte senso decorativo e não apenas religiosa.

Vertumno (Imperador Rodolfo II)

Pietà foi pintada por Rosso Fiorentino na data de 1540 em estilo Maneirismo e encontra-se no Museu do Louvre.

O Casamento em Caná

A Queda de Adão e Eva foi pindado por Pontormo na data de 1520 em estilo Maneirismo e encontra-se na Galleria degli Uffizi.

Posteriormente acontece uma segunda fase, em que essa escola já está bem difundida na Europa quando os artistas encontram na arte profana uma forma para avançar em pesquisas mais livres.
Porém, 
durante e após o Concilio de Trento (1545 a 1563), marco inicial da Contrarreforma, a Igreja impõe a arte um grande baque tirando a liberdade dos artistas. Como por exemplo, de reproduzirem os corpus nus, baseado nos modelos gregos e romanos. E sob o controle da teologia restringe as extravagâncias maneiristas. E alegando o decoro como justificativa impõe uma forte censura aos artistas.

Isso gera o primeiro conflito consciente entre a liberdade de criação do artista e o sistema de produção e se prenuncia os conflitos da arte moderna.
O termo cunhado por Giorgio Vassari pintor, escultor, arquiteto e grande biógrafo de artistas que viveu no sec. XVI, se referia a uma maneira própria com graça e sofisticação, que os artistas procuravam empregar em suas obras. Mas outros historiadores usaram o termo de forma pejorativa e depreciativa, sugerindo que o maneirismo seria o fim e a decadência do Renascimento. Existe correntes de estudiosos que teorizam que o maneirismo foi parte de um Renascimento tardio. Mas nos dias atuais, a hipótese mais aceita é que foi um movimento que se tornou independente e de contraponto aos ideais classicistas do estilo artístico renascentista.

O Maneirismo é um estilo de difícil identificação pela sua heterogeneidade, pois ao se difundir pela Europa assimilou os estilos artísticos regionais, além de existir uma convivência com um renascimento tardio e internacional. Como por exemplo Brueghel que morou na Antuérpia e em Bruxelas e que representava o tormento ou a vida de pessoas comuns e de classes mais baixas e El Greco, que servia a corte espanhola e representava fortemente o misticismo em suas obras.

Recuperação do cadáver de São Marco

Recuperação do Cadáver de São Marcos foi pintada por  Tintoretto nos anos de1562 – 1566, em óleo sobre canvas e tem dimensões de 421 x 306 cm.

Autorretrato no cavalete

Autorretrato no Cavalete foi pintado pela artista Sofonisba Anguissola na data de 1556, em óleo sobre canvas e se encontra no Castelo Łańcut em Łańcut na Polania.

A pintura no Maneirismo se caracterizou pela mudança na forma de representar a perspectiva, deixando a forma clássica, formal e lógica do renascimento, onde o elemento de maior importância ficava no primeiro plano e o restante ao fundo, para uma representação ilógica, onde os planos se confundem e muitas vezes o mais importante está ao fundo. Outra característica na pintura são os corpos retorcidos e os rostos com pouca definição e muito emotivos.

A  lógica e o formalismo do classicismo do renascimento se contrapõe ao informalismo e o emotivo do maneirismo. 

Os principais artistas do maneirismo na Itália foram Jacopo da Pontormo(1494-1557), Rosso Fiorentino(1494-1540), Michelangelo(1476-1564) em sua fase madura, Parmigianino(1503-1540), Francesco Salviati (1510-1563), Giulio Romano (1499-1546), Jacopo Tintoretto(1518-1594), Ticiano(1488-1576), Giuseppe Arcimboldo(1526-1593) e Veronese(1528-1588).
Na Espanha temos El Greco e Luis de Morales.
Em Portugal temos Diogo de Contreiras o Mestre de Abrantes, Gaspar Dias, António Nogueira e Grão Vasco. Também existiram artistas maneiristas importantes na França e na Inglaterra.

A escultura no Maneirismo teve como vanguardistas Michelangelo, Jacopo Sansovino e Benvenuto Cellini. E um dos nomes mais conhecidos o de Giambologna, com a escultura Rapto das Sabinas, tendo ainda como inspiração as esculturas gregas do período Helenístico, mas representando muito mais angústias. 
Mas a escultura também se desenvolveu nos frisos e estuques de edifícios palacianos além dos altares, púlpitos e retábulos e seguiam a teoria do arquiteto e filósofo renascentista Alberti, que a beleza pode ser algo abstrato.

A arquitetura no Maneirismo prega uma maior liberdade para a criação e um certo desligamento dos princípios do classicismo para que isso aconteça. 
Dos arquitetos da antiga geração, Michelangelo foi o único a atingir esse individualismo necessário na arquitetura do maneirismo, segundo Giorgio Vassari (1511 – 1574) também arquiteto italiano.
Dentre outros nomes estão Andrea Palladio tendo como obra-prima, a Villa Rotonda, além de Giulio Romano, Antonio da Sangallo, Giacomo della Porta e Jacopo Vignola. 

A literatura no Maneirismo teve três grandes nomes, Tasso, Cervantes e Shakespeare, que fizeram obras com  os mesmos sentimentos ambíguos questionados nas artes visuais como o fracasso, a dúvida, duplicidade e ironia, levando a um texto fantasioso.

Vertumno (Imperador Rodolfo II)

Vertumno (Imperador Rodolfo II) foi pintado por Giuseppe Arcimboldo em 1591, na técnica de óleo sobre madeira, com dimensões de 68 x 56 cm e encontra-se no Castelo Skokloster.

O Casamento em Caná

O Casamento em Caná foi pintado por Paolo Verones em 1563 sobre o gênero de pintura religiosa, em óleo sobre canvas, nas dimensões de 666 x 990 cm e encontra-se no Museu Louvre.